202019dez
Especialistas defendem educação para mudar comportamento de motoristas

Especialistas defendem educação para mudar comportamento de motoristas

Especialistas defendem educação para mudar comportamento de motoristas


As 38 mil mortes registradas em ruas e estradas de todo o País em 2018 acenderam o sinal de alerta entre parlamentares, representantes do governo e das autoescolas para a qualidade da formação dos motoristas brasileiros. Acidentes são a principal causa de afastamento do trabalho e respondem por 60% da ocupação de leitos nas emergências dos hospitais, segundo dados da ONG Observatório Nacional de Segurança Viária.

Em debate realizado nesta terça-feira (26) na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, especialistas criticaram resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e o projeto de lei do Poder Executivo (PL 3267/19) que altera o Código de Trânsito para, entre outros pontos, flexibilizar o uso dos simuladores nas aulas dos futuros condutores, reduzir a carga horária da formação e trocar parte das aulas presenciais pelo ensino a distância.

Durante a audiência pública, o deputado Abou Anni (PSL-SP) mostrou um vídeo em que um motorista de transporte de cargas perigosas leva no máximo meia hora para conseguir um certificado online. Junto com os representantes das autoescolas, o parlamentar se posicionou contrariamente à adoção dessa modalidade de ensino.

“Além de ser mais caro, o curso on-line não qualifica os condutores para estarem em via pública dirigindo”, disse Anni.

Comportamento

O relações institucionais do Observatório Nacional de Segurança Viária, Francisco Garonce, afirmou que 90% dos acidentes de trânsito são provocados por falha humana. Ele ressaltou que o desafio é promover uma mudança geral de comportamento.

“Não podemos negligenciar a questão do fator humano para a segurança viária. E isso está relacionado à educação, à formação para o trânsito.”

Os debatedores concordaram que essa educação deve ser vista de forma mais ampla, cobrindo do ensino fundamental à universidade.

“A autoescola não é responsável sozinha pela mudança de comportamento da sociedade. Nós temos a nossa parcela, não vamos nos furtar da formação teórico-técnica e de prática veicular. No entanto, as instituições também têm de colaborar”, declarou o presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Rio Grande do Sul, Edson Luiz da Cunha.

O coordenador-geral do Denatran, Francisco Brandão, reconheceu que os motoristas brasileiros recebem um treinamento por um período curto e que a educação no trânsito ainda não foi implantada.

As informações são da Agência Câmara.


Fonte: Portal do Trânsito